Sete Ventos dos Sete Mares

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Fugindo distante do caos, do ódio, da guerra. Em um dia, a linda e mansa cidade de Blueshore deixaria de ser a mesma. Ninguém poderia imaginar que aquele belo pôr-do-sol que quase todas as tardes brilhava sobre as águas da baía desaparecia para dar lugar a escuridão refletida no sangue derramado sobre as águas. Ninguém poderia imaginar que aquele lugar, tão longínquo de qualquer outro canto onde reinam a impureza e o rancor, poderia ser invadido por homens atrozes, armados com a arma mais mortal em uma guerra - o ódio. Ninguém poderia imaginar que os belos campos da cidade, modestamente apelidados de "Elísios", queimariam em chamas, e as cinzas apenas guardariam as memórias dos grandes momentos que ali foram vividos. Ninguém poderia imaginar que um dia tivesse que abandonar Blueshore, às pressas, partindo, deixando tudo pra trás, pairando no profundo silêncio e na tristeza. E então a utopia veio a realidade!

Naquela cidade ainda habitara Redd Eyes, um exímio capitão que passou vários anos de sua vida cruzando os mares, mas que embora gastasse muito de seu tempo longe de sua família e de seu local natal, quando estava com aquela e naquele lugar, vivia cada segundo com todo seu ânimo. Ele também não imaginaria que um dia tudo mudaria profundamente...


Capítulo I - A Busca pelo desconhecido

Séc. XV, BLUESHORE

Manhã... os pássaros pipiam anunciando o início de mais um dia. Os habitantes da pequena Blueshore preparam-se para suas atividades rotineiras. Não tão distante dali, a guerra entre dois países europeus fazia o número de mortos ascender sem fim. Sangue era derramado. Os corpos e a destruição eram os rastros da violência. Naquele dia, as mãos da guerra escolheram Blueshore.

Enquanto ficavam prontos a realizar suas atividades ordinárias, logo no início da manhã, o povo de Blueshore ouve os som das cavalarias e logo após, os gritos. Em pouco tempo o cenário mortal que havia adornado outras cidades chegaria a Blueshore, as pequenas casas queimavam em chamas incessantes, as estruturas erguidas pelos homens e mulheres eram destruídas, o vermelho do sangue cobria as fulgurantes cores dos campos, súplicas por misericórdia pareciam ser inúteis.

Desprovido de qualquer arsenal que pudesse obstar a atitude daqueles homens, olhando em torno de si a destruição e temendo pelas vidas de seus familiares, aquele homem, Redd Eyes, logo tomou a decisão de partir em sua embarcação, salvando quem pudesse.

Junto a algumas pessoas e familiares ele então corre contra o tempo, contra o vento, contra a morte, e parte, sem rota, fugindo da dor, em busca do lugar desconhecido onde pudesse prosperar como fizera até algumas horas atrás em Blueshore...


Capítulo II - Partiu, deixou pra trás...

Em alto mar, horas após ter partido, sem rota, com seus sentimentos mergulhados em distorção, os fugitivos de Blueshore pairam. Em silêncio, sobre as, agora mansas, águas do mar é refletido o pôr-do-sol. Mais do que o fulgor e beleza, aquele momento trouxe em especial ao bravo e forte capitão lembranças e lembranças dos momentos que foram vividos na cidade destruída, das pessoas que ali estavam, do fabuloso ambiente que era. Lágrimas sob o pôr-do-sol ele teve de derramar. Os sentimentos gritavam dentro de si e dividiam espaço com as indagações "Por que guerra?"; "Por que Blueshore?". O sol se pôs, o evento terminara. Mais tarde todos tentavam se acostumar ao ambiente e a árdua tarefa de descansar após aquele traumático dia.

Na manhã seguinte, todos acordam e boquiabertos apreciam o presente que a piedosa Mãe-Natureza os dera como conforto por tudo que no dia anterior havia acontecido. Do horizonte parecia emanar um brilho incessante, como jamais visto antes. No fundo do coração de cada um daqueles tripulantes surgia o conforto e o sentimento de que não estavam ali completamente jogados à sorte meio a imenso mar, como um minúsculo grão na areia da praia. A Mãe-Natureza ainda olhava por aqueles que abandonaram seu refúgio de paz.

O capitão, parcialmente revigorado em seu âmago, traça então sua rota e ergue as velas ao continente africano.


Capítulo III - Bravio e misterioso mar

Dias depois que partiu, buscando pelo que outrora perdeu graças as mãos banhadas em vermelho, todos à bordo do "KZ" - nome dado ao navio do capitão Redd Eyes, se aproximam agora do lado profundo das águas. Em uma das conversas entre os tripulantes surge um boato que narra que ali onde passavam residiam monstros em tamanho gigante, de várias cabeças, que emanavam das águas para engolir os navios que cruzassem aquele local. Fantasia?

Exercendo o papel de líder, Redd Eyes logo trata de desmentir a história, dizendo-os não haver nada a temer ali, a fim de que o pânico não acelerasse sem ter freios sobre aqueles tripulantes dos quais muitos nunca haviam navegado. Redd, em posse de sua luneta, percebe uma embarcação longe que aparenta estar sem tripulantes e julga tudo, no mínimo, muito esquisito.

Mais tarde, o ambiente ficava sombrio e temerário sem pistas do que aconteceria nos minutos seguintes. Um enorme estrondo ruía nos ouvidos de todos, piratas daquela embarcação notada anteriormente aportam no KZ e tentam roubar o que havia de valor ali. Meio a ação, todos - tripulantes de KZ e piratas - param. Olhares atentos são direcionados ao mar, que, já em todo aquele ambiente de nevoeiro, era possuído por uma imensa sombra sob as águas. Após algum tempo cessa o evento, fogem os piratas levando alguns pertences o qual lograram êxito ao roubar, todos são tomados pela incerteza. "O que fora aquilo?!" todos perguntavam; "Eu vos falei acerca de monstros, eles estão aí, ao nosso redor" diziam alguns crédulos.

E Redd Eyes, confuso, olha então para sua bússola cuja agulha não aponta para lugar certo, aumentando mais ainda as dúvidas daquele eminente capitão.


Capítulo IV - Mulheres encantadas e um quase-paraíso..

Em uma noite de lua cheia, já semanas depois de trágica partida, todos estão estonteados. Ao se aproximar da meia noite, os homens começam a se sentir atraído pela bela canção que se propaga pelo ar, que parecia emanar de dentro das águas, do Coração do Oceano. Vozes sussurram, chamando os homens navio à fora.

O luar pairava sobre as águas, a aguda e suave canção pareciam aliviar as almas dos bravos homens. Surgem então, ao redor do KZ, belas mulheres, de longos e sedosos cabelos, mas com inusitada calda de peixe, o que davam-lhes uma incrível capacidade pra nadar. Uma delas chama a atenção de Redd, seu nome: Sirenis. Ela, dona de um sorriso único, cheio de esperança, toda excitada, conta em minúcias sobre a vida imersa nas profundezas do oceano, e convida o experiente e cético Capitão a ir ao seu encontro. Redd Eyes é levado ao fundo das águas e, de maneira inexplicável, prescinde de oxigênio para continuar. Ele não consegue entender como consegue continuar a respirar sem enormes esforços naquelas condições.

Sirenis guia-o a um lugar que ela chama "Atlantis" e, ali chegando, ele fica estupefato com a beleza de tudo o que há. Tudo parecia surreal, um quase-paraíso. Toda a arquitetura, monumentos e artes que embelezavam a cidade dividiam fundo com o profundo azul do mar. Ainda incrédulo, questiona à bela sereia como aquilo seria possível, a vida submersa, a cidade, as pessoas. Ela apenas sorri e...

Redd Eyes acorda, a bordo do KZ, sem nada entender. Seria tudo aquilo ainda parte de uma fantasia nessa aventura?


Capítulo V - As esferas de fogo no céu

Tudo o que passara até aquele momento havia deixado o Capitão originário de Blueshore muitíssimo desconcertado. Em décadas de jornadas ele nunca tinha se deparado com tantos eventos aparentemente inexplicáveis, a começar pela descomunal sombra sob as águas, sua bússola sem norte, aquelas belas mulheres nadando sob o luar, a Cidade quase-paraíso... Não sabia ele que mais um evento atípico ocorreria naquela noite.

A esse momento Eyes já não tinha dúvida que não estava mais na rota do continente africano. A instabilidade da agulha da bússola devia ter tirado-o da rota desejada. Se indagando e pairando na incerteza, é chamado pelos outros navegantes a observar algo que não deveria estar acontecendo...

Eyes sai de sua cabine e logo ao olhar ao céu noturno vê três "esferas de fogo" pairando à poucos quilômetros de seu navio. Apanha sua luneta para analisar os objetos de mais perto, mas nada consegue concluir. Aquelas "esferas de fogo" começam a assustar a todos quando começam a se mover em círculos e se aproximar ao KZ. 

As esferas se aproximam cada vez mais e...


Capítulo VI - Nuvens carregadas chovem desespero

Nuvens carregadas cobrem o céu do manhã seguinte; Os ventos sopram agressivamente as velas; Ondas empurram o navio para o precipício; E os raios causam terror nos navegantes. Alguns lutam para salvar suas vidas, outros oram para manter a esperança viva. No momento de desespero, os sonhos pareciam afundar no mar, tudo estava em desconformidade. Redd já não sabe quanto a sua sanidade...

Minutos depois é cessada a tempestade... subitamente conseguem avistar um lugar no meio de água.

Capítulo VII - New-land

KZ e seus tripulantes chegam a terra... Ancoram e desembarcam em um novo lugar, um novo mundo. Aliviados por terem encontrado um fim para a longa viagem, em suas mentes persistiriam a restar memórias da jornada, da bela Blueshore e das pessoas que não puderam ser salvas. Redd Eyes nunca deixará em oblívio os incontáveis minutos e momentos que viveu na cidade onde o sol se ponha como em lugar algum, onde nos Elísios todos sorriam.





"Seven Winds of the Seven Seas" (Sete Ventos dos sete mares), será lançado em janeiro de 2016.

(c) Todos os direitos reservados as obras musicais - assim compreendendo letras e partituras, e a história fictícia de "Seven Winds of the Seven Seas".

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